"Morreste-me" no Teatro do Bairro
Morrer é “simples” Não é esse o tema de "Morreste-me" É o morrer-se para alguém…. E o doloroso caminho que se segue à perda… O reviver de momentos ….o depertar provocado por cada objeto …por cada local …”agora crueis” É o “encaixotar” de tudo isso…e o começar de novo…até ao que simbolicamente a personagem definirá como o “fechar da porta do quintal”…onde tudo fica … Ao longo da peça assistimos ao desestruturar da personagem, que luta por preencher o vazio deixado pela morte do pai… E à sua reconstrução…a criação dos seus novos “alicerces”. O cenário - genial na sua simplicidade - é um auxiliar precioso para que o público acompanhe todo o proeesso… Cada “caixa” é “aberta” para depois …ser de novo encerrada … E aquele pedaço de “quintal” …. E o cheiro intenso a terra …transporta o público “àquele “ quintal…palco das aventuras relatadas pela personagem, vividas com o pai durante a infância… Esse revivalismo…fundamental para continuar…para ganhar a certeza que de conseguirá "orientar-se". Não sou adepta do uso de meios audiovisuais no Teatro. Neste caso, no entanto, o video final foi a “cola” …o momento em que tudo fez ainda mais sentido…. O momento em que a personagem fecha as portas e as janelas da casa e parte …levando na bagagem todas as suas recordações …já “processadas” Mas, infelimente, faltou “algo”. Faltou o sofrimento …a força …a coragem e entrega … Sentimentos que não “me chegaram” através da interpretação… As palavras eram ditas…mas sem a intensidade necessária…. Ou sem que expressão fisica desses sentimentos fosse suficiente… Foi pena.... Paula
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